Friday, December 10, 2004

DEVE SER CABALA...

Finalmente percebi tudo: armaram uma cilada a Santana Lopes.

Tudo comecou a 30 de Novembro, quando o PM revelou que tinha encontrado a solucao para a crise do Governo, agravada pela demissao de Henrique Chaves. "E magico", pensei. Mas nao, e nesse mesmo dia, Jorge Sampaio daria apenas a estocada inaugural na panaceia do (actual) ex-PM.

Pormenores, claro esta, ninguem sabe, mas a pressao psicologica sobre o PM deve ter sido monumental, ao ponto de o levar a dizer coisas como esta, acerca dos jornalistas da Lusa que nao publicaram um dos seus comunicados:

“Nós temos os nomes das pessoas, sabemos quem foram. E isto passa-se todos os dias", afirmou, garantindo que "é sempre muito difícil" o secretário-geral do PSD falar com "a agência de notícias oficial do Estado".” (citado de http://www.clubedejornalistas.pt/DesktopDefault.aspx?tabid=230)

"Agência de notícias oficial do Estado" ganha, ate, um certo brilho, sei la, nao e pastel... e mais lapiz... a puxar para um azul eminente...

Enfim, fizeram-no perder as estribeiras, os conspiradores, mas, nao satisfeitos com isso, agora comecaram a remexer no seu passado, e pronto, la vem para os titulos dos jornais: "Erros na gestão da Câmara da Figueira da Foz?"

Maquiavelico!

Entretanto, talvez porque ainda ninguem conseguiu envolver Socrates no caso Casa Pia, ou por o "Apito Dourado" ser (eminentemente) embaracoso para o Governo, eis que surge a conspiracao das conspiracoes: CAMARATE.

Comissoes de inquerito, palavras de ordem ("Crime de Camarate", "Caso de Policia", "Sentimento Nacional") e todos os ingredientes para uma nova superproducao cinematografica (talvez, "Quem matou FSC?") vem ao de cima, numa altura em que a Alianca Democratica convem ser relembrada.

E o que temos.

No seu espaco de opiniao, o ex-director do DN - Mário Bettencourt Resendes - critica Jorge Sampaio, nao por dissolver o Governo, mas pelo procedimento adoptado para o efeito.

Mas pior do que nao sabermos concretamente porque (convenhamos que a resposta nao e dificil de imaginar), e nao sabermos o que vem a seguir, dai que a pergunta final de Mário Bettencourt Resendes seja de arrepiar as costas: “Estamos condenados, até meados de Fevereiro, a um clima de conflito institucional permanente entre Belém e São Bento?” (DN 10 de Dezembro de 2004).



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